sábado, 12 de julho de 2008

Bombeiros sem equipamento de protecção, a verdade.




A polémica do equipamento de protecção individual “EPI” foi originada quando a governadora civil de Lisboa desmentiu o Comandante Distrital de Lisboa, afirmando que os Bombeiros não têm falta de equipamento de protecção individual.



Os Bombeiros portugueses principalmente têm dois tipos de Equipamento de Protecção Individual, como:

Equipamento de combate a incêndios urbanos e industriais; equipamento tem um custo por cada Bombeiro cerca de 1100 euros, não incluindo o aparelho respiratório, mais conhecido pelos “ARICAS” que custa em média de 1500 euros, todo esse equipamento tem características ignifugo, ou seja tem alguma resistência ao calor e a chama, constituído por tecido 100% da Nomex DuPont, esse equipamento pode ter uma durabilidade de 5 a 10 anos dependendo do artigo.

Equipamento de Combate a incêndios Florestais; esse equipamento tem um custo por cada Bombeiro cerca de 250 euros, não incluindo o abrigo Florestais, que custa em média 175 euros, o equipamento de protecção corporal “casaco e calça” não é ignifugo, ou seja, não apresenta quase nenhuma resistência ao calor e a chama, é constituído 100% de algodão, uma situação grave, com agravante desse equipamento ter uma durabilidade reduzida, dependendo do artigo.

Fora dessa situação fica o equipamento das equipas especializadas: espeleologia, mergulho e intervenção química.

Quem deve custear esse equipamento?

Em primeiro lugar deviam ser os corpos de Bombeiros assumir essa despesa, mas para isso tem que existir capacidade financeira, onde actualmente não existe.O governo ordenou aos governadores civis a resolução desse problema, foi disponibilizada uma verba para aquisição de EPI para os Bombeiros, mas propriamente essa verba não chega para as necessidades mínimas, como se também se tem verificado que muitas das vezes o equipamento adquirido, quer pelos Bombeiros quer pelos governadores civis é de qualidade inferior, muito desse equipamento não apresenta nenhuma característica ignifugo, o que põem em causa a segurança de quem o usa.

Durante décadas escorou-se completamente o problema dos equipamentos de protecção individual nos bombeiros, e muitos bombeiros pagaram com sua própria vida ou ainda estão a sofrer as consequências da não existência de equipamento de protecção individual a condizer com a missão que executavam. Uma situação ilegal perante a lei nacional da higiene e segurança do trabalho, onde todos trabalhadores devem ter equipamento de protecção individual a condizer com o seu trabalho, existindo coimas pesadas para quem não cumpre.

O problema da falta de EPI é um problema que devia ser abordado de uma forma mais responsável pelas entidades intervenientes, porque estamos a referir de uma problema que afecta a grande maioria dos Bombeiros portugueses, que arriscam a sua própria vida sem estarem no mínimamente protegidos.

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