Quando uma estrutura de socorro de um país deixa de ter
capacidade de proteger os seus cidadãos, cabe aos cidadãos a obrigação cívica defender
as suas famílias, os seus bens e o seu país.
Só me lembro de uma vez um alto dirigente da ANPC informar
os cidadãos que os bombeiros portugueses não tinham mais meios para fazer face
ao inúmero incêndios que ocorriam em Portugal, enquanto isso dezenas de
povoações a estavam cercadas pelas chamas sem qualquer assistência, a única
coisa que o governo fez foi pedir ajuda internacional, ignorando completamente
os cidadãos e os meios existentes no seu país.
Enquanto isso via-se nas televisões, grupos de cidadãos sozinhos
defenderem os seus bens e o seu país com meios mecânicos pessoais e das
empresas, muitos deles tinham vindo de outras freguesias, de outros concelhos
até de outros distritos, de uma forma descoordenada mas organizada, davam apoio
a nível logístico, disponibilizando bens alimentares e bens mecânicos, criando
estruturas de apoio às vitimas e a quem combatia as chamas, ajudavam no
combate, nos rescaldo e na vigilância.
A ANPC e os SMPC sempre ignoraram esse tipo de apoio,
preferem pedir apoio internacional, ou deslocar meios de outras partes do país
para acudir as populações locais, uma situação muito demorada, ignorando
completamente a requisição civil, como se o país não tivesse mais nada além dos
meios afectos á ANPC.
Portugal tem aos seus dispor milhares de meios nas mãos de entidades
públicas e privadas, que podiam ser usados em caso de necessidade das populações
em situações de excepcionais, mas para isso os Serviços Municipais de Protecção
Civil deviam de fazer um levantamento exaustivo e periódico dos meios
existentes nos seus concelhos, criando parcerias e acordos com os detentores
desses meios, como dar a iniciativa de organizar e formar a população civil, na
constituição de grupos de cidadãos que localmente em situações de excepção podiam
dar apoio no socorro das suas comunidades até a nível nacional, porque são eles
a ultima linha de defesa da ANPC quando os meios de socorro deixam de ser
insuficientes.
Fénix