segunda-feira, 31 de março de 2008

Bombeiros ficam a porta

Basta efectuar uma pequena viagem fora de Lisboa para nos apercebermos que os serviços de urgência hospitalar funcionam diferentemente de região para região.

Numa viagem de fim-de-semana um amigo meu se sentiu mal, que me levou a ligar 112 a pedir uma ambulância, que por acaso foi rápido o atendimento por parte da central 112 da PSP e do CODU de Lisboa, onde foi accionado uma ambulância de socorro dos Bombeiros.

A ambulância de socorro chegou somente tripulada por dois TAT, o que é ilegal, onde aprontei ajudar a tripulação na recolha da informação clínica do doente e efectuar a avaliação da vítima, como prestar o devido socorro, onde acompanhei o meio amigo na ambulância até a unidade hospitalar de Torres Vedras.

Chegando ao Hospital de Torres Vedras o doente foi passado imediatamente para a maca do Hospital e levado para dentro por um maqueiro, onde tentei por mais uma vez tentar passar a informação sobre o doente, uma informação essencial e vital para uma correcta triagem e tratamento do doente, principalmente porque ele tinha efectuado terapêutica de emergência no local da ocorrência, e a entrada do hospital não estava em condições de se expressar correctamente, foi me dito para aguardar na sala de espera juntamente com os Bombeiros, que informaram que nesse hospital nem médicos e enfermeiros não querem receber qualquer dados das tripulações das ambulâncias, onde os Bombeiros somente limitaram a efectuar a inscrição e passaram a disponíveis.

Com esse tipo de funcionamento e atitude por parte dos profissionais do serviço de urgência do H.T.V, faz que toda a informação e avaliação recolhida no local da ocorrência foram para o LIXO, uma atitude verdadeiramente negligente, o que antevê problemas graves em certas situações, onde a recolha de informação e avaliação é vital para o doente.

Mais um ponto negro nos serviços de urgência portugueses.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Remoção de cadáveres

A remoção dos cadáveres é um problema grave e complexo, porque os cadáveres devem ser removidos por veículos e equipamento próprios, como a tripulação deve ter equipamento de protecção individual a apropriado e ter formação sobre o manuseamento e condicionamento do cadáver e para o transporte, como saber efectuar a limpeza da zona envolvente do cadáver de qualquer matéria orgânica ou cheiro, deixando a zona completamente limpa.

Os Bombeiros não são obrigados a efectuar remoção de cadáveres, mas muitos deles efectuam esse tipo de serviço, em virtude das avultadas receitas obtidas, que chegam a ser superior a 500% comparando com um transporte de um doente, e para efectuar esse tipo de serviço usam ambulâncias de socorro ou de transporte, veículos afectos unicamente ao socorro e ao transporte de doentes, sem que as tripulações disponham de equipamento nem conhecimentos no manuseamento de cadáveres, principalmente quando esses já se encontram em avançado estado de decomposição.

Existe a necessidade das entidades oficiais regulamentarem essa actividade, mesmo por uma questão de saúde pública, onde ambulâncias que transportaram cadáveres, alguns em avançado estado decomposição, passado algumas horas andam a transportar doentes e sinistrados, onde no meu entender deviam ser as agências funerárias locais as únicas entidades efectuarem esse tipo de serviço, em escalas rotativas, situação comum em qualquer país europeu

terça-feira, 25 de março de 2008

INEM cobra dez euros por cada cartão de TAS e TAT




O INEM anda a cobrar 10 euros por cada cartão emitido de TAT e de TAS, foi o que pagou o meu corpo de Bombeiros por cada cartão emitido pelo INEM para os seus homens recentemente formados.


O valor dos cartões é o dobro do preço do existente mercado nacional, e a grande maioria dos cartões é o resultado da formação dada pela ENB aos corpos de Bombeiros nacionais, muitas das vezes formação gratuita, pelo simples motivo da grande maioria da formação é dada por formadores externos da ENB aos seus corpos de Bombeiros ao limítrofes a título gratuito, quer para ENB quer para os corpos de Bombeiros.


A cobrança dos cartões e admissível, porque o INEM não comparticipa em nada a formação, principalmente a de TAT, onde com a cobrança de dez euros por cada cartão faz que o INEM seja o único a obter receitas do trabalho desempenhado pelos outros.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Liga dos Bombeiros exige o dobro das verbas acordadas com o INEM

Ambulâncias. Bombeiros garantem que equipas do INEM custam cinco vezes mais.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, diz que os meios gastos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) numa ambulância e tripulação são "cerca de cinco vezes supe- riores" aos que uma corporação de bombeiros recebe para o mesmo fim e que esta última "faz mais serviços" em média. A LBP considera que os actuais contratos-programa têm de ser renegociados até à "garantia de custos de referência" dos bombeiros com o serviço, "perto do dobro" das verbas recebidas.

Duarte Caldeira - que ontem anunciou a recandidatura à presidência da LBP num conselho nacional realizado no Fundão - disse ao DN que, em média, para manter uma equipa de dez bombeiros por ambulância, já contando com as escalas rotativas e os reforços nos fins-de-semana e feriados, as corporações gastam "cerca de 12 500 euros mensais", recebendo metade desse valor.

Porém, admitiu ao DN, "há diferenças substanciais" no serviço prestado nas áreas suburbanas, que chega de "100 a 150 solicitações diárias" e implica uma "profissionalização total dos efectivos", e nas zonas rurais, onde o serviço é menor e "o recurso ao voluntariado é uma opção".

Por isso, explica, a prioridade nas negociações com o INEM, que a LBP espera retomar a seguir à Páscoa, será a definição de uma "rede nacional de ambulâncias que assegure a cobertura do território".

A LBP estima que o País precisa de, pelo menos, "mais 200 tripulantes" de ambulância, que "poderão ser formados na Escola Nacional de Bombeiros ou nos centros de formação do INEM. Para nós, o essencial é que se faça", disse. Não foi possível ouvir o presidente do INEM.

Diário Noticias 16/03/2008.

PS, estamos a falar somente de uma ambulância, que é insuficiente para dar resposta aos inúmeros pedidos de socorro diários por parte das populações, continuamos a não exigir meios nem recursos financeiros para manter os serviços mínimos as populações, nem resolver problemas pertinente e consecutivos que afectam o socorro diariamente.

terça-feira, 18 de março de 2008

Sala de partos do Hospital de Santa Maria

No mês de Outubro fui pai, o meu filho nasceu num hospital público, concretamente no hospital de Santa Maria em Lisboa, um Hospital central do país com a polivalência de obstetrícia.

O parto correu bem, a equipa de médicos, enfermeiros e auxiliares foram excepcionais no desempenho do seu trabalho, quer no recebimento da parturiente quer em todo o processo de apoio ao nascimento.

Uma coisa que reparei inicialmente foi nas instalações das salas de parto, uma situação que me deixou chocado pelo seu estado de conservação.

Ambas as salas estavam num estado deplorável de conservação, o teto devia ser branco, mas estava enegrecido, um sinal que mostrava que não devia ser pintado a várias décadas, as paredes apresentavam buracos de antigos pregos ou parafusos que foram arrancados, outros ainda lá se encontravam totalmente enferrujados, o chão era constituído de placas quadradas individuais plastificada, onde existia zonas onde já era somente cimento, o equipamento era antigo, digno de um museu, e as bancadas que os suportavam eram velhas e estavam corroídas por pontos ferrugem, o ar condicionado era do século passado, nem devia funcionar, porque a janela estava a Berta, a marquesa de partos era bastante antiga mas funcional, mas existia a necessidade de ser substituída como a maior parte do mobiliário existente nas 4 salas de partos.
Foram nessas condições que o meu filho nasceu e onde muitos filhos de Portugal nascerão.

Existe a necessidade urgente de se proceder a obras de restauro e remodelação das salas de partos, porque no estado em que elas se encontram não são dignas para se efectuar um parto, nem estão dentro dos padrões aceitáveis de um país pertencente a Europa, muito menos de um país que consegue construir estádios de futebol e uma exposição Mundial, mas permite a existência de situações anteriormente referidas num hospital público.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Incêndios: Especialista prevê «Verão complicado» devido à seca

O especialista em comportamento do fogo Xavier Viegas antecipou hoje «um Verão muito complicado» em termos de incêndios, tendo em conta a seca evidenciada pelos dados registados até final de Fevereiro e se a precipitação continuar escassa.

Até ao final de Fevereiro, 2008 era o pior ano da década. Se a precipitação continuar a ser muito abaixo do normal então podemos esperar por uma época de incêndios antecipada e um Verão muito complicado, afirmou hoje à agência Lusa o catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O presidente da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) realça que «os campos encontram-se, de um modo geral, secos« e que «as chuvas que têm caído, embora tenham atenuado em parte esta situação, não foram ainda suficientes para produzir grande quantidade de nova vegetação e abundância de água no solo, como seria de esperar no final do Inverno a precipitação acumulada desde Setembro de 2007 é ainda menor que a de 2005, que fora um ano extremamente seco e no qual arderam 338 mil hectares, adiantou Domingos Xavier Viegas. Ressalvando que «é sempre difícil fazer previsões acerca da próxima época de incêndios, devido à variabilidade do tempo«, Xavier Viegas refere que as mudanças climáticas apontam para a possibilidade de ocorrência de dias com temperaturas muito elevadas, na ordem dos 35 aos 40 graus, em que «o combate ao fogo vai ser muito complicado.

Na sua perspectiva, com este cenário «corre-se o risco de mesmo pequenos focos de incêndio poderem transformar-se em grandes fogos devido às dificuldades no combate.

Em relação às medidas a adoptar para evitar estes cenários, Xavier Viegas defende que, «da parte dos cidadãos, com o apoio e o impulso das autarquias, deveriam fazer-se limpezas em torno das casas e dos aglomerados populacionais.

Deveriam fazer-se planos de defesa e protecção das aldeias e das populações, com simulacros e treinos envolvendo as pessoas ou, pelo menos, alguns elementos da população com maior disponibilidade para prestar apoio aos restantes cidadãos, preconiza.

Defendo, há muitos anos, um maior envolvimento da população nestes processos, através de medidas de prevenção e de segurança junto das casas, preconizou o investigador, ao sublinhar também a necessidade de mentalizar as pessoas para evitarem situações de risco, susceptíveis de originar focos de incêndio.

Para o cientista, as autoridades continuam a agir como se tudo dependesse delas.

Anunciam mais aviões, mais brigadas helitransportadas, mais auto-tanques, mas o cerne da questão está na sensibilização das pessoas, o que ainda está pouco trabalhado, frisou.

De acordo com Xavier Viegas, cada vez é mais necessário estender o dispositivo disponível ao longo do ano ou pelo menos a parte dele« e, neste contexto, «o conceito de época de incêndios perderia um pouco o sentido.

Devido às mudanças climáticas, há uma maior variabilidade do tempo, o que faz com que haja cada mais vezes perigo de incêndio ao longo do ano, observou.

Em relação aos incêndios ocorridos este Inverno, Xavier Viegas entende que eles demonstram estanecessidade de se estar sempre alerta e de se dispor de um sistema de combate aos incêndios activo durante todo o ano.

Mostram ainda que o problema das queimadas deve ser encarado directamente e em vez de se proibirem cegamente se devem acompanhar com recursos adequados para evitar os acidentes. Chamo a atenção de que todos os anos morrem pessoas a fazer queimadas. Em geral são anciãos, defende.

Em colaboração com o Comando Distrital de Operações de Socorro e com o apoio do Governo Civil de Coimbra, a ADAI vai realizar, a 26 de Abril, uma acção de formação, com a duração de um dia, dirigida aos bombeiros do distrito, sobre a temática do comportamento do fogo e da segurança pessoal.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), contactada pela Agência Lusa, disse que não faz previsões em termos de fogos, mas garantiu que está sempre preparada para os piores cenários, embora não preveja qualquer situação catastrófica em termos de incêndios.

A Protecção Civil não faz previsões, faz prevenção, realçou a fonte, ressalvando, no entanto, que os planos operacionais da ANPC têm em conta os dados que são disponibilizados, ao longo do ano, pelo Instituto de Meteorologia e pelo Instituto da Água.

Diário Digital / Lusa

domingo, 16 de março de 2008

INEM admite falhas no socorro

As chamadas para o 112 têm aumentado nos últimos dias. Todos os pedidos de emergência, que são reencaminhados para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), têm registado um atraso significativo no socorro, segundo avança o Jornal de Notícias.

Na passada quinta-feira, o serviço de socorro teve um aumento de 400 chamadas em relação à média. O INEM registou 1900 chamadas em vez dos habituais 1500 pedidos diários.
Os processos acumulam-se e têm resposta por ordem de chegada, independentemente da gravidade. Os pedidos de emergência são prejudicados devido a este sistema. O coordenador do INEM, Nuno Catorze, admite falhas no socorro.


Jovem morre na escola quando praticava desporto Morreu à espera de assistência

A morte de um jovem de 14 anos é o quarto episódio que acontece nos últimos quinze dias por dificuldades no accionamento do socorro.

João Rui Barata sofreu uma paragem cardio-respiratória na escola secundária do Montijo. O aluno aguardou cerca de meia-hora por uma ambulância, depois de uma colega ter contactado o 112. Uma auxiliar de educação acabou por apelar aos bombeiros que se deslocassem à escola para socorrer o aluno. As manobras de reanimação dos bombeiros, realizadas até à chegada ao hospital, revelaram-se infrutíferas.

A chamada do CODU acabou por se accionada quando o aluno já estava no hospital. «A activação foi feita no momento correcto. Só que outras já estavam à frente dessa proposta. Na realidade, esse atraso deveu-se a uma quantidade anormal de chamadas», explicou o coordenador do INEM Nuno Catorze, citado pelo Jornal de Notícias.


O INEM quis que todas as chamadas de socorro fossem encaminhadas para as centrais CODU, onde as chamadas eram tríadas e efectuado o accionamento de meios de socorro, uma só central recebe diariamente chamadas de socorro de vários distritos, e o resultado dessa politica esta visível, as centrais CODU perderam a capacidade de efectuar triagem, accionar meios e receber a informação das equipas no terreno.

Esta na hora de mudar, antes que existam mais mortes

sexta-feira, 14 de março de 2008

Alteração a lei do enchimento das garrafas de oxigénio medicinal


O decreto-lei 176/2006, de 30 de Agosto, que definiu o novo estatuto do medicamento, onde incluiu os gases na categoria dos medicamentos que passam a estar sujeitos a novas regras, umas dela é a proibição das identidades fabricadoras dos gases medicinais encherem garrafas que não sejam da sua propriedade.

Uma situação que facilita ao INFARMED o controle de qualidade dos gases medicinais existentes no país, como a retirada rápida de qualquer lote defeituoso que se venha detectar do mercado, porque as garrafas passam ter um código de barras, que facilita reconhecer o lote e o destino das garrafas, possibilitando a retirada rápida do mercado do lote pela entidade responsável da garrafa e do enchimento.

Uma situação que acarretara uma avultada despesa para os corpos de Bombeiros, mas o oxigénio é um medicamento e o controle de qualidade é necessários, e o novo decreto-lei protege a qualidade como cria mecanismos de retirada rápida dos lotes defeituosos do mercado como qualquer medicamento fosse.

sábado, 8 de março de 2008

As Bombeiras.

Hoje é o dia internacional da mulher, e as minhas palavras são dirigidas as milhares mulheres Bombeiras existentes nos corpos de Bombeiros nacionais, que dia a dia trabalham lado a lado de muitos homens Bombeiros, não mostrando qualquer diferença no desempenho pretendido, numa área que a poucas décadas era vista como um trabalho de homens, onde a entrada das mulheres era vedado e interdito.

Para elas um feliz dia.

quinta-feira, 6 de março de 2008

ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIAS DESPEDEM TRABALHADORES

Os Trabalhadores das Associações Humanitárias de Bombeiros que desempenhavam as suas funções nas Brigadas Helitransportadas recebem carta de rescisão de contrato em vésperas do dia Nacional da Protecção Civil!

Nas últimas semanas, têm vindo a ser enviadas cartas de rescisão de contratos de trabalho, por parte das Associações Humanitárias de Bombeiros aos seus trabalhadores, que, por protocolos celebrados com a Autoridade Nacional de Protecção Civil, desempenhavam as suas funções nas Brigadas Helitransportadas , comummente designadas de canarinhos ”.

O STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, como sindicato amplamente representativo dos trabalhadores que exercem diariamente a nobre missão da protecção civil, considera que esta é uma situação inaceitável, antidemocrática e ilegal, que assume contornos de inegável hipocrisia quando, por despacho de 21 de Fevereiro de 2008, o Ministro da Administração Interna, instituiu o dia 1 de Março como o Dia Nacional da Protecção Civil.

Para assinalar esta data, o Governo Português, por intermédio da ANPC , promove em Lisboa um desfile com a participação de vários agentes da Protecção Civil e entre estes, elementos das referidas Brigadas Helitransportadas , que em virtude desta situação correm o risco de ver cessar os seus contratos de trabalho com inegáveis prejuízos pessoais que, certamente, se irão reflectir também no dispositivo de protecção civil existente em Portugal.

Este desfile que pretende, conforme ofício da própria ANPC valorizar “a criação da ANPC ” que “ consolidou o passo necessário para garantir, em permanência a segurança das populações e a salvaguarda do património, mediante a prevenção de acidentes graves e catástrofes, a gestão dos sinistros e dos danos colaterais” associa-se assim, com inegável oportunismo e hipocrisia a movimentações no sentido de prejudicar os trabalhadores que estão, justamente na primeira linha das garantias que a ANPC declara promover.

Retirado do Blogger http://chefebvsps.blogs.sapo.pt