segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Dados nacionais e europeus sobre fogos não coincidem

De Janeiro a 15 de Agosto houve 31 «grandes incêndios» em Portugal, segundo a Autoridade Florestal Nacional (AFN), enquanto o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais registou 54.
Vários fogos detectados pelo sistema europeu não constam nos relatórios nacionais, mas também há incêndios que só a AFN contabiliza.
Fonte Lusa/Sol
Depois da grave controvérsia entre a GNR e Autoridade Nacional de Florestas sobre a alteração de dados sobre as áreas áridas e a tipificação dadas aos incêndios florestais, onde incêndios florestais passaram a simples queimadas, agora temos o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais a acusar que os dados recolhidos pelos satélites que monitorizam as áreas ardidas em território europeu não coincidem com os dados da AFN.

O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais detectou ente Janeiro e 15 de Agosto de 2009, 54 incêndios onde a área ardida foi superior a 100 hectares e a AFN somente menciona 31 incêndios com mais de 100 hectares. Uma diferença significativa que lança muitas dúvidas sobre actuação da AFN, que tem constantemente criticado os bombeiros portugueses no que diz respeito no combate a incêndios florestais, uma área fora da competência da AFN, mas por outro lado a AFN é a primeira a falhar no que respeita as suas funções e competências.

Fénix
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Boicote Nacional

Bombeiros de Portugal, Assegurem os Serviços Mínimos e Partamos Para o Boicote

No seguimento da notícia alusivo ao “Boicote aos ECIN em Setembro” penso que este desafio não seja um dilúvio mas sim um modo de nos fazermos sobressair no meio de tanta injustiça.
Na minha opinião pessoal o artigo “Boicote aos ECIN” está bem explícito, “anda-se a fazer pouco” dos bombeiros portugueses.

O momento pode ser de crise mas nada invalida que façamos com que os nossos governantes possam olhar para a classe e lembrar que os bombeiros voluntários têm um trabalho árduo, perigoso e muito difícil, quando têm que suportar calores extremos e até mesmo sujeitos à perda de vidas etc., e quanto ganham, UMA BAGATELA.

Equiparando o TRABALHO ARRISCADO destes homens com o de uma senhora que passa descansada a roupa a ferro durante 8 horas (atenção, sem menosprezar qualquer profissão) é compararmos um pequeno elefante de uma hora de vida com um ratinho de anos, e a diferença salta à vista, o elefante é já bem maior.

Então veja-se, um bombeiro que trabalhe 24h ganha cerca de 41Euros, uma senhora na faxina se trabalhar 8h ganha aproximadamente o mesmo, logo que 8h são apenas 1/3 do dia normal de trabalho de um bombeiro.

Ridículo ou não mas isto é matemática, a pura realidade que temos e é apenas por isso que lutamos, por um futuro mais digno.

Vejamos o INEM, apenas com um pré-aviso de greve o que eles já conseguiram no espaço de uma semana… mais uma para juntar a muitas outras e tudo isto porquê, porque se dignaram a erguer a voz e fazerem entender aos nossos governantes que eles estão ali e caso eles não olhem para a classe deixam apenas de andar no terreno.

E nós bombeiros ou melhor, os responsáveis pela classe fazem o quê para olhar por nós?!
Como disse, o INEM numa semana conseguiu o que nós nunca pensamos atingir tão breve e tudo isto se continuarmos a envergar os caminhos que nos levam a ter que aceitar.

Associações, Federações e Liga que se juntem á voz dos bombeiros para dizer, BASTA!
Para terminar companheiros de luta pensem no seguinte, quanto ganham os GIPS/GNR por um dia de trabalho… quanto ganham os nossos amigos das FEB… quanto ganham os elementos de comando… quanto ganham os operadores dos cdos, do cnos e quanto ganhamos nós pobres bombeiros a fazer mais horas de trabalho que todos eles... nada que se pareça e tudo porquê, porque deixamos que nos baixem o volume da voz.

Admito que a “greve” não seja a melhor forma de darmos a conhecer o que vai mal na classe mas uma vez que os nossos governantes não têm noção de enxergar, temos que os sensibilizar que nem tudo vai bem e a melhor forma seja esta, a da “greve”, infelizmente. Estamos em ano de eleições e penso que seja este o melhor momento.

Caros companheiros de luta, assegurem os serviços mínimos da cada associação e tenhamos noção que este seja um caminho infelizmente a seguir, isto para fazermos notar a nossa existência, para que “o que hoje foi difícil fazer, amanhã tenha valido a pena se ter feito”.

Não faço nem quero fazer disto política mas verdade se diga, o ser bombeiro é um dos actos mais nobres que um ser humano pode ter, então há que lhes dar o verdadeiro valor e eu com este meu texto pretendo apenas valorizar este trabalho, pretendo dar valor a quem tem ou teve o espírito de ajudar o seu semelhante sempre com a noção de fazer o melhor e esquecendo que pode perder a vida para salvar uma outra.

VIVAM OS BOMBEIROS DE PORTUGAL, VIVAM OS BOMBEIROS DE TODO MUNDO.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Comunicado da ANTEPH

COMUNICADO

Reunião no Minitério da Saúde sobre a Criação do Técnico de Emergência Médica
No seguimento da reunião ocorrida hoje pelas 17.30 horas no Ministério da Saúde entre a ANTEPH, o Sr. Sec. Estado da Saúde Dr. Manuel Pizzara e o Presidente do INEM, ficou defenido e acordado o seguinte:

1. O processo de criação do Técnico de Emergência Médica avança dentro sensivelmente 1 mês para discussão publica no seguimento da restruturação da carreira do TAE/TAS, proposta pela ANTEPH e STAE, no ambito dos quadros do INEM sendo no entanto alargada a todos os intervenientes do SIEM, sejam estes elementos TAS pertencentes quer aos Corpos de Bombeiros, Cruz Vermelha ou Empresas Privadas, ou seja, são todos abrangidos pelo processo de requalificação

2. Apesar de não ser possível a saida da regulamentação da carreira nesta legislatura, estão criadas as condições para que a mesma seja formalmente publicada na proxima legislatura;
A ANTEPH reconhece o empenho da Direcção do INEM, e o apoio que têm dado para a criação desta carreira, facto esse que permitiu o desbloqueio da situação dando assim continuidade a este processo.

Lisboa, 13 de Agosto de 2009
O Presidente da Direcção
Nelson Batista
http://anteph.org/



Fénix
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domingo, 9 de agosto de 2009

Governo recua na criação da carreira TAS e TAE e deixa orifissionais na ilegalidade.

Governo recua na criação de carreira e deixa profissionais na ilegalidade. TAE acusam Governo de ter cedido a pressões e ameaçam com greve de zelo.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está a prestar socorro de forma ilegal. Os cerca de 700 Técnicos de Ambulância de Emergência (TAE) não têm carreira nem a situação profissional regularizada na função pública. A denúncia é do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE). No inicio do ano, o Governo não incluiu os TAE do INEM no regime geral da função pública. O objectivo era agilizar a integração dos técnicos num regime de carreira especial prometido pelo Ministério da Saúde até ao final desta legislatura. Mas, ao que o i apurou, o Governo recuou na intenção e não vai criar a carreira, por uma questão de timing político.

A falta ao prometido está a criar uma onda de revolta entre os TAE do INEM que ameaçam recorrer à greve de zelo e mesmo ao abandono da profissão se não tiverem respostas do Governo. O STAE admite que, se tal acontecer, a situação pode lançar o caos no socorro do INEM, uma vez que o instituto não pode fazer contratações e já labora, neste momento, com a falta de mais de 200 TAE.

“Foi-nos prometida a carreira. Governo e sindicato estavam de acordo e trabalharam juntos e agora, de repente, soubemos que não vamos ter nada. É incompreensível”, disse ao i Ricardo Rocha, presidente do STAE. Os 700 técnicos representam 80 por cento do socorro pré-hospitalar realizado nas principais cidades do país. Ricardo Rocha admite que a “greve pode prejudicar o serviço”, mas que os técnicos irão “recorrer a todas as formas de luta disponíveis”. “Muitos colegas estão psicologicamente agastados com a situação. Investiram tudo na carreira que iriam ter no INEM e agora estão desiludidos. Há duas semanas que o STAE tenta contactar o Ministério da Saúde. “Ligamos para lá e ninguém aceita falar connosco nem devolvem as chamadas”, acusa.

Há duas semanas, Manuel Pizarro, informou o presidente do INEM, Abílio Gomes, que afinal não seria possível criar a carreira dos técnicos que antes prometera. Abílio Gomes, que sempre apoiou os técnicos, ficou incrédulo. Fontes do INEM contactadas pelo i, acusam o “loobie dos enfermeiros”de ter “sabotado a carreira dos técnicos”. Com a criação da carreira, os novos técnicos, após uma formação de 1475 horas, passavam a poder administrar medicação, fazer acessos venosos nos doentes e reanimação cardíaca avançada, como acontece em vários países europeus. Mas os enfermeiros nunca admitiram que os TAE, ainda que supervisionados por clínicos, praticassem actos médicos em emergência pré-hospitalar.

O INEM tem recorrido amiúde à contratação de profissionais que vai buscar a empresas de trabalho temporário. “Fazem out sourcing porque não podem contratar ninguém. É um esquema. Não existe quadro nem carreira”, diz ao i um técnico.

Fonte: in i, 8 de Agosto de 2009
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Faltam bombeiros.



Ninguém sabe quantos bombeiros existem em Portugal, á cinco anos diziam existiam cerca de 60.000 bombeiros, depois 43.000 bombeiros, e com o Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses (RNBP) iniciado em 2008, estão registados 35.000 bombeiros, entre os quais 3.000 são mulheres. Um numero que poderá ser ainda mais reduzido, quando sair a avaliação dos bombeiros portugueses, que somente começou no inicio de 2009, onde provavelmente pode-mos ter um numero bastante reduzido de bombeiros em Portugal, um numero insignificante para as necessidades do país.

È uma dura realidade, nem sabem quanto somos, nossa estrutura ignora completamente os bombeiros, homens e mulheres que fazem funcionar toda a estrutura, são o factor mais importante, porque sem eles nada funciona, se os equipamentos são importantes, mais importante são aqueles que trabalham com esses equipamentos, porque nunca vi nenhum veiculo de combate a incêndios ou uma ambulância a salvar nada que fosse sem bombeiros.

No nosso país cada vez mais existem quartéis de bombeiros virtuais, onde existem comandos sem bombeiros para comandar, chefias sem bombeiros para chefiar e bombeiros em número insuficientes para poderem trabalhar em segurança.

Na essência desse problema está a falta de incentivos e a falta de respeito por quem trabalha gratuitamente e é Bombeiro, diariamente os bombeiros perdem dezenas de homens, uns simplesmente desistem e outros vão trabalhar para o INEM, FEB ou para ANPC, uma prova que não somos assim tão maus como querem transparecer, e a nova geração de portugueses não compactua com o serviço voluntário, e a prova disso é a diferença entre abruta das saídas e entrada de bombeiros, situação consecutivamente omitida da opinião publica pelas entidades responsáveis.

Para inverter essa situação tem que existir incentivos reais, incentivos muito a cima daquilo que existe actualmente, que resume-se a uma insignificância de nada, ou então que profissionalizem toda a estrutura, e que aproveitem os bombeiros que existem, porque a grande maioria aceitaria em abraçar essa causa, quer em tempo inteiro ou em tempo parcial, porque se temos competências legais para sermos Bombeiros Voluntário, também temos competências para abraçar essa actividade profissionalmente.

Autor ,Fénix
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domingo, 2 de agosto de 2009

Dado e arregaçado

… Um ministro da agricultura de um determinado país, armando-se dos “seus vastos conhecimentos” nas temáticas dos incêndios, afirmou, em 2003, que os incêndios florestais do seu país, nesse ano, foram devidos ao facto de os bombeiros não possuírem formação, nem saberem extinguir incêndios florestais. A sua enorme sabedoria, diga-se em abono da verdade, construída por anos em que nem sequer soube como apagar o enorme fogo com de um simples fósforo, garantiu-lhe conhecimentos necessários para ofender publicamente dezenas de milhares de homens e mulheres que se dedicam incondicionalmente a salvar o próximo, e a ajuda-lo a colocar a salvo os seus bens…

Será que não se estaria, naquele país, na altura de substituir o ministro? Não seria melhor ele apresentar um pedido de desculpas, pelas incompetência demonstrada na afirmação em que se pretende tornar competente?

Governos, “disparam” as culpas para os agentes de intervenção directa nos grandes incêndios florestais


.. Por normas já sabemos, que os responsáveis dos Governos, “disparam” as culpas para os agentes de intervenção directa nos grandes incêndios florestais, dizendo que não estão preparados para esse tipo de sinistro, afirmando que esses agentes de intervenção directa (e até mesmo os de intervenção indirecta) não possuem formação para debelar aqueles inventos, e afirmando ainda até outras enormidades que nem importa considerar, porque de facto não tem não tem qualquer relevância, vindas de onde vêm. Recoloca-se a questão : - será que eles não notam que estão a apontar defeitos a si mesmo? Se os agentes sociais de intervenção directa ou indirecta não têm formação. É porque os próprios Governos não viabilizaram essa formação, Se não estão preparados para esses combates, é porque não lhe foram concedidos os meios próprios para essas lutas, e porque lhe é negada uma profissionalização, mesmo que parcial, que permita ter determinado número de efectivos, sempre prontos a todo momento para uma intervenção imediata.

Em Portugal, existe uma frase célebre, que já vem dos nossos avós, e que define exemplarmente aquilo que os governantes querem: - “dado e arregaçado”. …

Autor Alberto Militão Antunes, retirado do livro “ Incêndios Florestais. Uma Visão Social.”

Fénix
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